quarta-feira, 16 de abril de 2008

Crítica: 'Quebrando a banca' mostra estudantes que desafiam a sorte



Ganhar muito dinheiro apostando em cassinos depende apenas de sorte, certo? Errado. O filme “Quebrando a banca”, que estréia nesta sexta-feira (18) nos cinemas brasileiros, conta a história de um grupo de apostadores que sabe exatamente como faturar alto no jogo.

Baseado em fatos reais, o filme dirigido por Robert Luketic (de “Legalmente loira”) vem conquistando o público americano. Orçado em US$ 35 milhões, arrecadou mais de US$ 24 apenas em seu fim de semana de estréia (no fim de maio) e desde então não abandonou o ranking das dez melhores bilheterias.

Não é para menos. A história de estudantes superdotados e craques em matemática que ganhavam verdadeiras fortunas em Las Vegas dos anos 80 até o início de 2000 virou lenda viva nos Estados Unidos. Ganhou as páginas do tradicional jornal “The New York Times” e acabou virando história de livro, um best-seller que ficou na lista dos mais vendidos por 59 semanas, foi traduzido para 12 idiomas e serviu de inspiração para o roteiro de “Quebrando a banca”.

Mas o roteiro cinematográfico, naturalmente, ganhou mais drama e uma história de amor. Tudo inspirado nas experiências de Jeff Ma, que em cena virou Ben Campbell (interpretado por Jim Sturgess, de “Across the universe”). Estudante do MIT (Massachusetts Institute os Technology) e craque em matemática, ele precisa de dinheiro para pagar a faculdade de Medicina, quando é recrutado pelo professor (Kevin Spacey) para fazer parte da equipe de estudantes craques em 21 (Black Jack).

Reticente, Ben acaba topando a empreitada, mas promete a si mesmo que, assim que juntasse a quantia necessária para pagar seus estudos (cerca de US$ 300 mil), encerraria sua carreira de golpista. Na verdade, um dos primeiros pontos esclarecidos no filme é justamente esse: o que os craques da matemática fazem não é ilegal. Mas nem por isso os donos de cassinos vão deixar que eles quebrem as bancas impunemente.

O golpe do 21 era basicamente o seguinte: estudantes disfarçados como pequenos apostadores se posicionavam nas mesas de jogo, sempre contando as cartas, esperando que o baralho ficasse “quente”. Assim que isso acontecia, eles passavam sinais aos grandes apostadores –um deles o próprio Ben– para que eles entrassem no jogo e então ganhassem milhões.

“Acho que o verdadeiro motivo de eu ter sido recrutado para a equipe foi por terem achado que eu me sairia bem, não apenas por minha inteligência, mas por conta do meu comportamento e da minha habilidade de entrar nos cassinos e ser capaz de me passar por outra pessoa”, explica Jeff Ma, atualmente proibido de jogar 21 na maioria dos cassinos de Las Vegas. Mas satisfeito por sua história ter ganhado os cinemas, ele acompanhou as filmagens do longa-metragem e fez até uma participação especial como um dos “dealers” de 21.

By:Débora Miranda

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