terça-feira, 22 de abril de 2008

Consciência pesada

No meio da noite Rui acordou sentindo um aperto em seu peito. Não sabia o que era, mas, ultimamente, quando sentia esses apertos, algo de ruim acontecia.
Em uma quinta-feira de chuva leve, Rui estava em seu trabalho de frente para o computador e, tinha mil relatórios para terminar, quando o aperto veio e comprimiu seu peito, era uma dor suportável, mas angustiante, que começava de baixo para cima. Levantou-se, correu para o bebedouro para beber um pouco de água. A dor foi aliviando. Horas depois recebera uma ligação, sua irmã, Cláudia, havia sido atropelada e morreu ao chegar ao hospital.
Na semana seguinte, quando voltava para casa, o aperto surgiu novamente, e quando chegou, encontrou um aglomerado de vizinhos misturados com uma ambulância em frente da residência. Seu pai, um senhor de 72 anos, levara uma queda da escada e batera a cabeça sofrendo traumatismo craniano.Rui estava no fundo do poço, não conseguia se concentrar em nada, seu trabalho não ia bem, também pudera. Fora em todos os médicos, mas todos diziam a mesma coisa: “Você não tem nada meu rapaz”. Os apertos não tinham aparecido mais, até aquela noite. Acordou com a dor afligindo seu peito e pensou em sua mãe, dona Cleide, que estava no hospital sofrendo de câncer no estômago. Pelas experiências anteriores vividas, vira sua mãe morta em sua mente e começou a chorar sem parar e mais uma vez o aperto cessou. No dia seguinte, quando Paulo, seu irmão mais novo, chegara a seu apartamento para contar sobre a melhora da mãe, encontrara Rui caído no chão com sangue sob o corpo, uma arma ao lado e um bilhete que dizia: “Cansei de fazer pessoas que eu gosto morrerem.”




by:JoãoLuis

Nenhum comentário: